domingo, 15 de fevereiro de 2009

Mitologia Chinesa...


A mitologia chinesa é o conjunto de histórias, lendas e ritos passados de geração para geração de forma oral ou escrita. Há diversos temas na mitologia chinesa, incluindo mitos envolvendo a criação de lendas e mitos a respeito da fundação da cultura chinesa e do Estado chinês. Como em muitas mitologias, acredita-se que ela seja uma forma de rememoração de fatos passados.
Os historiadores supõem que a mitologia chinesa tem início por volta de 1100 a.C. Os mitos e lendas foram passados de forma oral durante aproximadamente mil anos antes de serem escritos nos primeiros livros como o Shui Jing Zhu e o Shan Hai Jing. Outros mitos continuaram a ser passados através de tradições orais tais como o teatro e canções, antes de serem escritos em livros como no Fengshen Yanyi.

Escrita dos Mitos:

Em sua forma estabelecida, a maioria dos mitos conhecidos hoje é derivada de sua documentação nos seguintes textos:
Shan Hai Jing — Significando literalmente Pergaminho da Montanha e do Mar, o Shan Hai Jing descreve os mitos, a magia e a religião da China Antiga em detalhes e também documenta a geografia "do mar e da montanha", a História, a medicina, os costumes e etnias em tempos antigos. É conhecido como uma das primeiras enciclopédias da China.
Shui Jing Zhu — Significando literalmente Comentários sobre o Pergaminho da Água, este texto começou a ser escrito como um conjunto de comentários sobre o Pergaminho da Água , mas tornou-se famoso pela novidade de sua extensiva documentação da geografia, história e lendas associadas.
Hei'an Zhuan — O Épico da Escuridão, é a única coleção de lendas em forma de poesia épica preservada por uma comunidade dos Han da China, mais precisamente, os habitantes da área montanhosa de Shennongjia em Hubei, contendo relatos que vão desde o nascimento de Pan Ku até a era histórica.
Documentos históricos imperiais e livros filosóficos como o Shangshu, o Shiji, o Liji, Lushi Chunqiu e outros.
E alguns mitos sobreviveram no teatro e literatura, como peças ou romances. A ficção vista como mantenedora destes mitos inclui:
A poesia de Estados antigos tais como Lisao de Qu Yuan do Estado Chu.
O Fengshen Yanyi (封神演義), ou Unção dos deuses, que trata da fundação da Dinastia Zhou.
A Jornada para o Oeste, de Wu Cheng'en, um relato romanceado da peregrinação de Xuanzang para a Índia, na qual os peregrinos encontram uma variedade de espíritos, monstros e demônios.
O Baishe Zhuan, um conto romântico que se passa em Hangzhou envolvendo uma cobra que toma forma humana e se apaixona por um homem.

Mitos e Lendas:

Mitos sobre a Criação:

Uma característica original da cultura chinesa é a aparição relativamente tardia na literatura chinesa de mitos envolvendo a criação. Aqueles que existem, aparecem bem depois da fundação do Confucionismo, do Taoísmo, e de religiões populares. As histórias têm diversas versões, não raro opostas entre si, com a criação dos primeiros seres humanos sendo atribuída a Shangdi, ao Céu, a Nüwa, a Pan Ku ou Yu Huang. As versões mais comuns da história da criação são as seguintes, em ordem cronológica aproximada:
Shangdi (上帝), aparecendo na literatura em aproximadamente 700 a.C, ou antes, (a datação destas ocorrências depende da data do Shujing). Não há narrativas orientadas no sentido de dar a Shangdi a autoria da "criação", embora o papel de criador seja uma interpretação possível. Embora Shangdi pareça ter os atributos de uma "pessoa", referências a ele como o criador não são explicitadas até a Dinastia Han.
Tian (皇天, ou Céu), aparecendo na literatura em cerca de 700 a.C, ou antes (a datação destas ocorrências depende da data do Shujing). Igualmente, não há um papel de criador para o Céu, embora essa interpretação seja possível. As qualidades do Céu e de Shangdi parecem se fundir em uma literatura posterior (sendo, por isso, adorados como uma entidade única ("皇天上帝"), por exemplo, no Templo do Céu em Pequim). A extensão da distinção (se houver alguma) entre eles é debatida.
Nüwa (女媧), aparecendo na literatura não antes de 350 a.C, diz-se que recriou ou criou a humanidade. Seu companheiro — irmão e marido — era Fu Xi (伏羲). Estes dois seres às vezes são adorados como os primeiros antepassados dos seres humanos. Eles são muitas vezes representados como criaturas metade-serpente, metade-humanas. Nüwa também foi a responsável por consertar o céu depois que Gong Gong danificou uma das colunas que suportam o céu.
Há muito tempo atrás houve um grande dilúvio e os únicos sobreviventes foram Nu Wa e Fu Xi. Quando as águas baixaram, eles se transformaram num casal de serpentes de cabeça humana. Seus filhos foram as plantas e animais do mundo. Em outro boato diz-se que Nu Wa formou as pessoas com bolas de lama.
Pan Ku (盤古), aparecendo na literatura não antes de 200 a.C, foi o primeiro ser consciente e criador. No começo não havia nada além do Caos. Fora desse Caos um ovo foi chocado por 18 mil anos. Quando as forças do Yin yang igualaram-se, Pan Ku emergiu do ovo e empreendeu a tarefa de criar o mundo. Ele separou o Yin Yang com um golpe de seu machado. O Yin, mais pesado, afundou e transformou-se na Terra, enquanto o Yang, mais leve, elevou-se para formar os céus. Pan Ku ficou entre eles e empurrou o céu. Ao fim de 18 mil anos, Pan Ku descansou. Sua respiração tornou-se o vento, sua voz o trovão, o olho esquerdo o Sol e o direito a Lua. Seu corpo transformou-se nas montanhas e extremos do mundo, seu sangue formou os rios, seus músculos as terras férteis, sua barba as estrelas e a Via-Láctea, sua pele os arbustos e as florestas, seus ossos os minerais preciosos, sua medula diamantes sagrados, seu suor caiu como chuva e as pequenas criaturas em seu corpo (em algumas versões, pulgas), carregadas pelo vento, tornaram-se os seres humanos sobre todo o mundo.
Yu Huang (玉皇, ou Imperador de Jade), incluindo representações como Yuanshi Tianzun (元始天尊), Huangtian Shangdi (皇天上帝), aparece na literatura bem depois do estabelecimento do Taoísmo na China.

Religião e Mitologia:

Houve muito intercâmbio entre a mitologia chinesa, o Confucionismo, o Taoísmo e o Budismo. Por um lado, elementos pré-existentes da mitologia foram fundidos com essas religiões à medida que eles se desenvolviam (no caso do Taoísmo), ou eram assimilados pela cultura chinesa (caso do Budismo). Por outro lado, elementos dos ensinamentos e das crenças destes sistemas foram incorporados à mitologia chinesa. Por exemplo, a crença Taoísta em um paraíso foi incorporada pela mitologia, como o lugar no qual os imortais e divindades residem. Entrementes, os mitos dos governantes benevolentes do passado, na forma dos Três Augustos e Cinco Imperadores, tornaram-se parte da filosofia política confucionista do Primitivismo.

Divindades de Origem Budista:

Guan Yin (觀音), também Kuan Yin (觀音菩薩) — Guan Yin é a deusa da compaixão e piedade.
Hotei (彌勒菩薩) — Hotei é uma divindade budista popular. Deus da alegria e fortuna.
Dizang (地藏菩薩) — Dizang é aquele que salva da morte.
Yanluo (閻羅) — Yanluo é o governante do Inferno (forma abreviada do sânscrito Yama Raja 閻魔羅社).
Shi Tennô (四大天王) — Os Quatro Reis Celestes são deuses guardiões budistas.

Criaturas Mitológicas:

Pássaros:

Fenghuang — O Fenghuang é considerado a fênix chinesa.
Ji Guang (吉光)
Jian (鶼) — A Jian é uma ave mítica que se acredita só tenha um olho e uma asa: um par dessas aves depende um do outro, é inseparável, daí, representar o marido e a mulher.
Jingwei (精衛) — Jingwei é o pássaro mítico que tenta encher o oceano com gravetos e seixos. Na verdade o Jingwei era a filha do Imperador Yandi, mas morreu jovem, afogada no Mar do Leste. Após sua morte ela decidiu renascer como um pássaro para vingar-se do mar trazendo gravetos e seixos das montanhas próximas tentando enchê-lo afim de evitar que sua tragédia aconteça a outros.
Shang-Yang
Jiu Tou Niao — Jiu Tou Niao é uma ave de nove cabeças usada para assustar crianças. Conta a lenda que ela seqüestra jovens meninas e as leva para sua caverna onde ficam até ser salvas por um herói.
Su Shuang (鷫鵊) — Su Shuang é uma ave mitológica, também descrita como uma ave aquática, como o grou.
Peng (鵬) — A Peng é uma ave mitológica gigante e de impressionante poder de vôo. Também conhecida como roc chinesa.
Qing Niao (青鳥) — Qing Niao o mensageiro de Xi Wangmu.
Zhu — A ave Zhu é tida como um mau presságio

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